A flutuação ascendente dos insumos da construção civil continuam impactando nos lançamentos e vendas de imóveis.
Assim como os juros continuam subindo, os valores dos insumos dos materiais de construção também. Segundo levantamento divulgado pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) na última segunda-feira (22/11), o 3° trimestre de 2021 registrou queda nas vendas de imóveis, mas os lançamentos subiram. Até que ponto os preços dos insumos podem afetar os resultados do setor?
A venda de imóveis novos registrou queda de 9,5% este trimestre em relação ao mesmo período em 2020. O que motivou esse movimento além da elevação dos preços, foi a falta de ação em contrapartida para recuperar o poder de compra das famílias. Isso afetou especialmente os imóveis do programa habitacional Casa Verde e Amarela (CVA), reduzindo a representatividade dos lançamentos desse programa para 40%, sendo esse o menor índice desde o primeiro trimestre de 2019.
O estudo analisou 162 municípios, dentre eles 20 capitais brasileiras, e também constatou um aumento de 7% nos lançamentos em relação ao trimestre anterior. Já o programa CVA sofreu queda nas vendas de 15,3% e nos lançamentos de 10,7% no 3° trimestre. A redução do poder de compra do público-alvo do programa habitacional afetou diretamente as vendas.
Mas 2021 ainda está com previsão positiva para o mercado imobiliário. Segundo o presidente do CBIC a boa performance do PIB da construção em 2021 se deu graças às vendas no início do ano, por isso, a previsão é de crescimento de 5% para este ano.
A resposta do Governo Federal a essa desaceleração da CVA deve aparecer apenas no 4° trimestre. Já o desempenho do mercado imobiliário deve se manter positivamente, porque o interesse de compra de imóveis não foi prejudicado. Com os devidos incentivos financeiros, os lançamentos devem se manter e as vendas podem permanecer entre a parte da população que não sofre com o déficit habitacional.